Após a visita ao Inhotim o artista/obra que mais me impressionou foi o Hélio Oiticica com “Cosmococa 5 Hendrix War”
Texto de referência:
“À época em que residiu em Nova York, no início dos anos 1970, Hélio Oiticica trabalhou em parceria com o cineasta Neville D’Almeida na criação de instalações pioneiras chamadas de “quasi-cinemas”. Estas obras transformam projeções de slides em instalações ambientais que submetem o espectador a experiências multisensoriais. Os quasi-cinemas representam o ápice do esforço que Oiticica empreendeu ao longo de sua carreira para trazer o espectador para o centro de sua arte e para criar algo que é tanto um evento ou processo quanto um objeto ou produto — um desafio da tradicionalmente passiva relação entre obra e público. Oiticica e D’Almeida criaram cinco quasicinemas que chamaram Blocos-Experiências em Cosmococa. Essas instalações consistem em projeções de slides com trilhas musicais específicas e usam fotos de cocaína — desenhos feitos sobre livros e capas de discos de Jimi Hendrix, John Cage, Marilyn Monroe e Yoko Ono, entre outros. O uso da cocaína, que Oiticica, discute longa e teoricamente em seus textos, aparece tanto como símbolo de resistência ao imperialismo americano quanto referência à contracultura.”
Por ser uma exposição interativa me chamou a atenção o quanto ela cumpre seu objetivo. É impossível que alguém passe pelo local sem sentir vontade de se deitar nas redes. Fazendo isso, é impossível deixar de reparar nas imagens e sons e iniciar uma espécie de viagem buscando o significado do que vê.
Outras obras de Hélio Oiticica:
Centro de Arte Hélio Oiticica - Rio de Janeiro, 1997
Essa obra faz parte das obras de Helio Oiticica que receberam o nome de penetráveis.Os penetráveis acabaram sendo marca indelével na produção de Oiticica: foram 30 montados durante toda a vida, com hiatos que deram origem aos Bólides e Parangolés. O que interessava aos artistas daqueles anos de ditadura militar era propor um modelo de vanguarda brasileira que acabaria sendo importante para a geração que se seguiu.
São obras que só podem ter valor no momento da interatividade do espectador, ou seja, as obras são feitas para se entar, tocar, sentir, vivenciar.
"A obra nasce de apenas um toque na matéria. Quero que a matéria de que é feita minha obra permaneça tal como é; o que a transforma em expressão é nada mais que um sopro: um sopro interior, de plenitude cósmica. Fora disso não há obra. Basta um toque, nada mais".
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